Dúvidas

Manual de coleta

O diagnóstico firma-se em três grandes pilares: a investigação epidemiológica; o exame clínico; e, quando necessário, os exames complementares.

As análises laboratoriais tornaram-se um aliado do Médico Veterinário, principalmente, daquele que exerce atividade clínica. Atualmente, além de uma necessidade técnica, esses exames constituem uma ferramenta importante como meio comprobatório dos procedimentos adotados pelo profissional.

A obtenção de amostras biológicas de boa qualidade para a realização de exames complementares é um procedimento de grande importância para a confirmação do diagnóstico das diversas enfermidades e patologias dos animais. O resultado do exame será sempre um reflexo da amostra enviada para análise.

É comum ocorrerem resultados incompatíveis com os achados clínicos devido aos equívocos na colheita e conservação do material encaminhado ao laboratório. Um exemplo clássico é o envio de sangue hemolisado para realização de hemograma completo ou algumas dosagens bioquímicas. Sabe-se que a hemólise provoca alteração na concentração de hemoglobina, na contagem de eritrócitos, assim como nas taxas de bilirrubina, enzimas, minerais e outros elementos químicos do sangue. A presença de coágulo no sangue para exames hematológicos é outro fator que interfere consideravelmente nos seus resultados. Por isso é importante que o material enviado para o laboratório seja coletado de forma correta e em conservação adequada.

Regras básicas para coleta de material

A escolha do material a ser enviado ao laboratório dependerá da suspeita clínica. O envio da amostra deve ser o mais rápido possível, acompanhado de requisição, fornecendo dados epidemiológicos detalhados.

O acondicionamento da amostra é outro item que deve ter uma atenção especial do Médico Veterinário. A grande maioria dos exames é realizada com materiais conservados sob refrigeração (2 a 8°C). Outros exames, tais como a microscopia de pele para pesquisa de ácaros e fungos deve ser mantida à temperatura ambiente. As amostras devem ser devidamente identificadas e acompanhadas com um formulário de solicitação do exame (Requisição), que deve ser encaminhado separadamente para evitar que molhe e extravie as informações.

Identificação de amostra

A identificação da amostra deve demandar uma atenção especial por parte do Médico Veteriário. Amostras identificadas com material solúvel, tais como esferográfica, pinceis hidrocor ou similares devem ser envolvidos em saco plástico ou outro material que evite o contato direto com o gelo ou algum conservante líquido. A mesma observação é feita para adesivos (fitas, esparadrapo, etc) que podem se descolar durante o transporte em gelo.

Alguns parasitas fazem ovopostura intermitente, logo os exames coletados em dias que não ocorreu a ovopostura terão resultados negativos. Esse é o caso da Giardia lamblia, do Trichuris vulpis e do Dipylidium caninum. O ideal é que sejam coletadas 3 amostras em dias alternados para diminuir o risco de resultados falso negativos.

Primeiramente é necessário que o animal esteja em jejum de 8 horas (somente sólido não hídrico), antes da coleta não excitar o animal com caminhadas e brincadeiras, tentar deixá-lo o mais calmo possível para não haver interferência no resultado do exame. A coleta deverá ser feita até as 8:30 da manhã, pois o ápice do cortisol ocorre entre 7:00 e 8:30 , decaindo após esse horário devido ao ciclo circadiano.